No outro lado do mundo, há um país
onde hoje é feriado. E, numa determinada região desse país, este vai ser
comemorado de uma forma muito especial, talvez até histórica. Há vários dias
que milhares de pessoas ocupam as principais ruas de Hong-Kong, num protesto
que começou por ser estudantil e a que muitos já chamam de revolução. A
revolução do guarda-chuva.
Quero que
saibam que não são as razões políticas deste protesto que me trazem aqui, nem
tão pouco irei pronunciar-me sobre tal, mas antes, a minhas razões emocionais
e, principalmente, umbilicais.
Já estive várias vezes em
Hong-Kong e parte de mim está lá. Os relatos pessoais chegam-me várias vezes ao
dia. Por Facebook, por fotos no Instagram, por mensagens a descansar um coração
que vive entre a emoção dos acontecimentos e a incógnita do dia de amanhã.
Deixo-me levar pelos estudantes
que continuam a fazer os seus trabalhos escolares, sentados no asfalto, surpreender
com os impensáveis pedidos de desculpa pelas barricadas físicas, emocionar com a mobilização da população que
distribui água, refeições e roupa aos protestantes.
Debaixo do guarda-chuva, vai uma
cidade que, maior do que a sua grandeza, é a grandiosidade dos que lá vivem.
E, hoje, eu só queria estar ao lado da
Joana, do Simon, da Mónica, do Marcos. Viver com eles estes dias. Partilhar a
dúvida de ficar em casa ou sair à rua. Acordar de manhã e saber se as ruas onde
passam, todos os dias, continuam iguais. Adormecer na incerteza do dia
seguinte.
Este tema tem uma dimensão histórica. Façamos figas para que corra tudo pelo melhor, para os teus amigos e para as restantes pessoas, nós incluídos. Problemas desta natureza em praças financeiras tão influentes podem ter repercussões que não estão ao alcance dos nossos olhos. É mais uma dificuldade deste mundo global.
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